quinta-feira, 20 de junho de 2013

BANDEIRA

A bandeira municipal de Curitiba é um dos símbolos oficiais do município, ao lado do brasão e do hino, e foi oficializada por força da lei ordinária municipal nº 2.993, de 11 de maio de 1967. A bandeira de Curitiba pode ser reproduzida em bandeirolas de papel nas comemorações de efemérides, obedecendo-se sempre seus módulos e cores.



Descrição

Seu desenho consiste em um retângulo de proporção largura-comprimento de 7:10. Ela é oitavada, em cor verde, formando as oitavas (figuras geométricas trapezoidais), compostas por oito faixas vermelhas carregadas de sobre-faixas brancas, dispostas duas a duas no sentido horizontal, vertical, em banda e em barra, que partem de um retângulo branco central, onde o brasão municipal é aplicado.
De acordo com as regras vexilológicas, nas reproduções, a bandeira possui as dimensões oficiais adotadas para a bandeira nacional, levando-se em consideração sete módulos de altura por dez de comprimento.

Simbolismo

Cada um dos elementos e cores da bandeira possui um significado próprio:
  • Brasão colorido: governo municipal, composto pelos poderes executivo e legislativo.
  • Retângulo branco: capital do Paraná e cidade-sede do município.
  • Faixas colaterais e cardeais, brancas com frisos vermelhos: o poder municipal, que trabalha em todo o território municipal.
  • Oitavas verdes: propriedades rurais que existiram no território municipal.

HISTÓRIA DE CURITIBA

  
       Era uma região de floresta exuberante onde reinavam as araucárias. Os nativos tupi-guaranis, que a habitavam região, referiam-se a ela como Curii Tiba, que pode ser traduzido como pinheiral.

       No início da Era Cristã, o Planalto Curitibano era habitado por povos ceramistas de tradição Itararé. Casas subterrâneas, encontradas em sítios arqueológicos nos arredores de Curitiba, mostram a adaptação dos nativos às condições adversas do clima, como os ventos frios.

       Por época da chegada dos portugueses ao Brasil, o Planalto Curitibano era ocupado por grupos das famílias lingüísticas Jê e Tupi-Guarani.

As primeiras décadas do século 16 marcaram o início de uma guerra de conquista dos europeus contra os povos indígenas que habitavam os planaltos do Sul e Sudeste do Brasil. Eram expedições portuguesas e espanholas em busca de metais e pedras preciosas e índios para escravizar.

       Existem relatos de que os campos de Curitiba foram descobertos pela expedição de Pero Lobo, em 1531. Essa expedição bandeirante partiu de Cananéia em busca de ouro e prata na região dos Incas, seguindo uma trilha indígena que passava pelos arredores da atual cidade de Ponta Grossa. A expedição acabou sendo dizimada pelos índios guaranis, nas proximidades de Foz do Iguaçu, durante a travessia do rio Paraná

       Em meados do século 16, surgiram as primeiras informações da existência de minas de ouro nos campos de Curitiba, atraindo os primeiros garimpeiros para a região. Em 1649, Ébano Pereira, capitão das canoas de guerra da Costa do Sul, comandou uma expedição exploratória para subir os rios e atingir o planalto em busca de ouro. Para isso, recrutou pessoal na Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá. Estabeleceram-se, inicialmente, na margem esquerda do rio Atuba, entre os atuais bairros de Vila Perneta e Bairro Alto. Posteriormente, mudaram-se para um local às margens do rio Ivo, atual centro de Curitiba.

       Em 1668, foi autorizada a instalação do pelourinho no povoado. Contudo, as autoridades públicas não foram eleitas para a instalação da justiça. Isso era necessário, pelas leis da época, para que o povoado passasse à condição de vila.

       A primeira eleição de autoridades públicas somente aconteceu em 29 de março de 1693, promovidas pelo capitão-povoador Matheus Leme. O povoado passou, então, à categoria de vila, Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. A vila passou a se chamar Vila de Curitiba em 1701, já com 1.400 habitantes. Desde 1906, a data de 29 de Março de 1693 é adotada oficialmente como a data de fundação de Curitiba.

       No início do século 18, caravanas de tropeiros abriram o caminho para o transporte de gado desde o Rio Grande do Sul, até a baixada paulista e os campos de Minas Gerais. Nesse trajeto passava-se por Curitiba, impulsionando o comércio da região. Curitiba ultrapassou Paranaguá em importância, assumindo a sede da Comarca, em 1812.

       Em 1842 a vila passou à categoria de cidade. O Paraná era, então, uma comarca de São Paulo. Sua emancipação para província do Paraná, se deu em 19 de dezembro de 1853, Curitiba tornou-se, então, a capital da província em 26 de julho de 1854, com 5.819 habitantes.

     A partir do século 19, Curitiba passou a receber uma grande quantidade de imigrantes europeus e asiáticos, transformando a cidade em muitos aspectos.





Paisagem de Curitiba de 1827 (Coritiba). Aquarela sobre papel de Jean-Baptiste DeBret. Segundo o falecido historiador paranaense Newton Isaac Carneiro, este é o mais antigo registro iconográfico da cidade. O panorama teria sido tomado da antiga Igreja do Rosário dos Pretos, onde um trabalhador negro desbasta uma laje durante uma reforma do templo. A Igreja Matriz (ao centro) e a Igreja da Ordem ainda não possuíam torres.
A vila teria, na época, cerca de 5.000 habitantes.

A HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO URBANO EM CURITIBA



       O primeiro plano urbanístico de Curitiba foi instituído em 1783, quando a Câmara de Vereadores da época determinou o traçado das ruas, disciplinando a localização das novas construções. Em 1886 construiu-se o Passeio Público, o primeiro parque de Curitiba, reunindo conceitos de  preservação ambiental, saneamento e lazer.
        Em 1895 surgiu o primeiro Código de Posturas de Curitiba, que regulamentava aspectos de conduta e higiene. A partir de 1903 institui-se a  hierarquização de usos do solo.
       Na década de 1910 as ruas do centro foram pavimentadas com paralelepípedos e os bondes, até então puxados por mulas, foram substituídos pelos de tração elétrica, trazidos da França.
       Na década de 1940, o urbanista e arquiteto francês Alfredo Agache, fundador da Sociedade Francesa de Urbanismo, elaborou um plano amplo para uma nova ordenação do espaço urbano de Curitiba. Resultaram, desse plano, as grandes avenidas, como a Visconde de Guarapuava, a Marechal Floriano Peixoto e a Sete de Setembro. O plano também indicava uma área para o Centro Cívico, iniciado em 1952, o Centro Politécnico e o Mercado Municipal.
       Em 1955 surgiu o primeiro plano de transporte coletivo, dividindo-se a cidade em áreas de concessão para empresas privadas de transporte.
       Nos anos 60, urbanistas da Universidade Federal do Paraná encaminharam à Prefeitura uma proposta de plano diretor para Curitiba. Após amplo debate o Plano Diretor foi aprovado, mas iniciado somente em 1971, na gestão do prefeito e arquiteto Jaime Lerner. Foram, então, instituídas, por exemplo, as ruas exclusivas para pedestres (calçadões), a integração do transporte coletivo e o emprego de canaletas exclusivas para ônibus. O fechamento de parte da Rua XV de Novembro ao tráfego de veículos, em 1971, foi a primeira iniciativa desse tipo no Brasil. Esse trecho é conhecido hoje como a Rua das Flores, e inclui a av. Luiz Xavier.



Foto de Curitiba antigamente

MAPA DA DIVISÃO ADMINISTRATIVA DE CURITIBA




PLANO AGACHE



      Ideias originais saíram das pranchetas e ganharam vida em Curitiba. Aliar inovação a efetivas implantação e continuidade foi o diferencial da capital paranaense.

       Falar de Curitiba costuma causar um certo frenesi quando se está em qualquer lugar fora do Paraná – ainda mais se o interlocutor não conhece a cidade. De pronto, começa a série de perguntas sobre a “cidade dos tu­­bos”, o funcionamento do transporte coletivo, as vias exclusivas, os ônibus “minhocões-semi-me­­trôs”. Como explicar tantas “ferramentas” urbanas inovadoras? Curitiba, na verdade, é o resultado de todos os planos urbanísticos, junto com seus atropelos, erros, desvios e acertos, num continuo processo de desenhamento e redesenhamento da cidade.
        De uma maneira ou de outra, a cidade já vem sendo “riscada” desde 1800, com iniciativas de revisões de zoneamento e leis esparsas. Em 1943, porém, com o Plano Agache é que a cidade vê nascer formalmente seu pjanejamento urbano.

       O plano polêmico, de influência francesa, desenhava a cidade a partir de círculos concêntricos e grandes avenidas radiais, perimetrais e diametrais – as avenidas Kennedy, Nossa Senhora da Luz e Wenceslau Brás são resquícios dessa época – e a importância do carro passa a ser levada à maxíma potência, numa tentativa de preparar a cidade para um futuro com vias para lá de motorizadas. Foi o Agache também que lançou as bases para a setorização de Curitiba, com a reserva de áreas para o Centro Cívico, Centro Desportivo (no Tarumã), a Cidade Universitária (onde hoje se localiza o Centro Politécnico) e área industrial (no Rebouças).

       O plano francês, porém, não conseguiu romper por completo a barreira das pranchetas em solo curitbano. “O plano [Agache] previa estruturas grandiosas para a época com uma projeção do futuro, mas não teve uma construção efetiva”, explica o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver Teixeira de Almeida.

       “O Agache era bonitinho, mas não resultou em quase nada. Ele era grandioso, excessivo, irreal”, comenta o professor de Teoria da Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e da Universidade Positivo (UP) e autor do livro Nenhum Dia sem uma Linha: uma História do Urbanismo em Curitiba, Irã Taborda Dudeque.

       Foi o plano diretor de 66, revisado em 2004 para adequação ao Estatuto das Cidades, na verdade, que lançou as diretrizes para a capital paranaense, que são seguidas até hoje e que dão, de forma geral, a “cara” que Curitiba tem. “Curitiba vivia um processo de crescimento desordenado com êxodo rural. A cada dez anos duplicava a população. Era preciso se antecipar aos problemas”, conta Cássio Taniguchi, ex-prefeito e atual secretário de planejamento do estado, ao referir-se ao contexto da época de elaboração do novo plano.

       O tal novo plano, elaborado a partir das ideias concebidas em 65 por Jorge Wilheim e pela  ]empresa Serete e detalhado em seguida pelo Ippuc, ao contrário do Agache, previa uma linearização para a cidade, que permitia induzir o crescimento ao longo de eixos estruturais de maneira ordenada. “Era outra filosofia. Com esse modelo, Curitiba se adiantava levando estrutura [aos eixos], promovendo um crescimento ordenado”, comenta Almeida. “A Linha Verde, por exemplo, é um resultado desse processo”, explica.

       Para traçar as linhas mestras do plano, Wilheim estudou os caminhos indígenas. A partir dos achados, conseguiu determinar para onde a cidade crescia. E foram esses locais os determinados para receber os eixos estruturantes. “O plano propunha que se incentivasse séculos de uma tendência já consolidada”, observa Dudeque.

       Nos eixos extruturais, o plano Wilheim previu vias exclusivas para ônibus, vias locais com uma pista de cada lado, além de três pistas rápidas de cada lado. Na hora de implantar o sistema trinário, ao invés de fazer grandes desapropriações, veio a sacada curitibana: dividir o sistema e livrar-se de uma avenida larga e árida para a vida de uma cidade. O resultado é o que hoje encontra-se por todos os lados na cidade: uma via exclusiva para ônibus com vias locais e vias rápidas alocadas a uma quadra de distância de cada lado do eixo principal. Estava concebida uma das marcas curitibanas.

       Daí para frente mais inovações se somaram fazendo a cidade entrar na vanguarda do planejamento urbano, como, por exemplo, um sistema de ônibus que funciona nos moldes de um metrô – com estações de embarque em nível e pagamento antecipado da passagem – , mas claro, com preço infinitamente mais barato.

       Além de colocar o transporte coletivo como principal ator do planejamento urbano da cidade, ao contrário do que fazia o Agache, o plano de 65 também passou a dar vez para o pedestre. Foi a partir de suas diretrizes que o poder público resolveu fechar para carros a rua mais importante da cidade, transformando a XV num grande calçadão. Medida polêmica na época, mas é impossível hoje imaginar a cidade sem a Rua das Flores.

       Para entender como o plano de 65 fez de Curitiba o que a cidade é hoje, o arquiteto e urbanista, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná Jaime Lerner indica um exercício simples. “É só tentar imaginar a cidade sem as estruturais, sistema expresso, parques.”

       Outra sacada do plano de 65 foi investir no mix em vez de na setorização propagada por Agache. “Você tem trabalho, moradia, lazer, recreação, tudo perto. O modelo de suburbanização americana é o fim da picada. A cidade compacta é a melhor alternativa e Curitiba é uma cidade compacta”, diz Taniguch.




SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVO


O eficiente sistema de transporte coletivo de Curitiba foi implantado nos anos de 1970, buscando baixo custo operacional e serviço de qualidade para o transporte em massa. Esse sistema, um tipo de metrô de superfície, inclui canaleta exclusivas para o transporte coletivo da linha direta, os ligeirinhos, as 351 estações-tubo e os ônibus biarticulados com capacidade pata 270 passageiros. Possui tarifa integrada, permitindo deslocamentos por toda a cidade com a mesma passagem.