Um dos mais importantes pontos turísticos do Paraná, o Parque Estadual de Vila Velha localiza-se no município de Ponta Grossa, no km 515 da BR-376 (rodovia Curitiba-Foz do Iguaçu), a 80 km de distância de Curitiba.
A lenda indígena
Para os índios, o local onde hoje estão localizados os arenitos de
Vila Velha havia sido escolhido para ser a terra dos homens. Nele foi
enterrado um tesouro, protegido pelos melhores índios de todas as tribos
(os apiabas). Eles contavam com a proteção de Tupã, mas eram proibidos
de ter contato com as mulheres.
O índio Dhui foi escolhido para ser o chefe dos apiabas, mas ele
tinha atração pelas mulheres. Sabendo disso, as tribos rivais enviaram a
índia Aracê Poranga para seduzi-lo. Os dois se apaixonaram. Aracê levou
para Dhui uma taça de licor; os dois beberam e deitaram-se à sombra de
um ipê.
Tupã, furioso, fez com que um terremoto destruísse a terra dos
homens, que virou a cidade de pedra (Itacueretaba). Aracê e Dhui foram
petrificados um ao lado do outro, assim como a taça, que se tornou o
principal cartão-postal de Vila Velha. O tesouro, liquefeito,
transformou-se na Lagoa Dourada.
A origem geológica
Acredita-se que Vila Velha tenha começado a se formar há 300 milhões
de anos, antes da separação dos continentes. A região foi um oceano e,
durante as glaciações, foi coberta de gelo. O derretimento do gelo, ao
arrastar depósitos de rochas, causou a deposição dos sedimentos que,
lavados pelos rios e pelas chuvas, formaram os arenitos (areias
vermelhas) que compõem o conjunto. O processo de erosão do substrato
arenoso nos últimos dois milhões de anos (causados pela ação conjunta do
sol, chuva, ventos e atividade orgânica) deu origem às formas
atualmente existentes, que sofrem alterações contínuas até hoje.
Furnas e Lagoa Dourada
A região possui diversas furnas – poços de desabamento, ou depressões
circulares de formação natural, das quais as mais profundas são
inundadas.
As furnas formaram-se por meio da infiltração de água pelo solo
através de fraturas do arenito, que é poroso. Ao longo do tempo, a água
infiltrada acumulou-se em cavidades subterrâneas. O aumento do volume de
água causou o avanço das cavidades subterrâneas em direção à superfície
e o desabamento do arenito, formando um poço profundo.
São conhecidas quatorze furnas na região, das quais seis encontram-se
no Parque Estadual e duas são abertas para visitação. A Furna 1 possui
um elevador que desce até o nível da água. Inaugurado em 1981, o
elevador encontra-se inoperante por questões ambientais e de segurança. A
Furna 2 possui diâmetro maior, pois foi formada pela união de duas
furnas. A parede que as mantinha separadas ruiu devido à erosão.
A Lagoa Dourada formou-se pelo mesmo processo das furnas e foi
assoreada. Seu nome deve-se à coloração dourada das águas causada pelos
raios do sol. Possui um canal de ligação com o Rio Guabiroba e serve de
refúgio para a reprodução de diversas espécies de peixes.
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